quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Exercitando a paciência

     Chegar a uma cidade nova implica uma série de coisas com as quais não estamos acostumados. E o período de adaptação demora um bocado. Uma das coisas com a qual tive que me acostumar foi andar de táxi. No Brasil táxi é um luxo, custa caro mesmo. Mas aqui em Bangkok as coisas são um pouco diferentes. É baratíssimo, mas é um barato que muitas vezes sai caro. E como não canso de dizer, ensina à força a cultivar a paciência. 


     Os táxis em Bangkok se diferenciam dos demais carros pela cor. Geralmente são rosa chiclete, ou verde e amarelo, ou azul claro, ou verde berrante. Nunca é uma cor que passe batido. Mas isso é legal, além de deixar a cidade - e os imensos engarrafamentos - mais coloridos pra quem vê de cima, é fácil ver quando um táxi está se aproximando. Aí começa o exercício da paciência...

Você está lá parado, com a mãozinha dando sinal e ninguém para? Ah... Todos estão com as luz de cima acesa? Ué, então porque eles não param? 
     Simples, a luz de cima do táxi, aquela que tem escrito TÁXI, não quer dizer nada. Para saber se um táxi está vazio, é preciso observar o canto inferior esquerdo do para-brisa. Se tiver algumas letrinhas tailandesas acesas em vermelho ele está livre, se não, não. 

Mas não se preocupe, há milhares de táxis em Bangkok. Afinal, aqui não é Paris!

Oba! Dei sinal e o táxi parou!
    Não comemore! É preciso que o taxista aceite ir par onde você quer. E muitas vezes eles não querem... E nem dizem o porquê - tá, muitos deles não falam inglês... Mas a principal desculpa é: "traffic jam". Mas minha gente, a pessoa toma a decisão de não ter um carro e andar de táxi, exatamente porque ela não quer ficar dirigindo no trânsito horrível daqui. Mas eles não entendem. 

Ele aceitou! 
   Não comemore ainda. Provavelmente o motorista vai olhar pra sua carinha de farangui e dizer um preço, tipo: THB  500.00 (R$ 25,00)  - esse preço é totalmente absurdo em BKK. Aqui uma corrida pra  longe, tipo 30 minutos no trânsito dá THB 60 (R$ 3,00). O que nos resta a fazer, dizer: "Meter!" Ou seja: "Taxímetro!"  

Ah, não quer taxímetro? 
Fecha a porta do carro na cara dele e chama o próximo. 

E nessa de aceita ou não, taxímetro ou não, você negocia com 8 a 10 taxistas até que algum aceite. Paciência!

Uma vez dentro do carro, muitas vezes os taxistas dão voltinhas, tentam te enganar, fingem que não te entendem.... Mas eu só dou gorjeta pra quem me leva direto ao ponto!

Lá vem o causo......
Esses dias eu e o Rafa estávamos saindo pra jantar com os amigos e pegamos um táxi aqui em casa - em prédios e hotéis, o pessoal da recepção faz o trabalho de chamar o táxi e pedir taxímetro por você, e só te mandam o táxi quando a negociação já terminou. O motorista fez um retorno em local proibido e foi parado pela polícia. Ele não só deu THB 40.00 pro policial, como também saiu dizendo que aqui na Tailândia tudo se resolvia assim. Ficamos perplexos com tamanha cara de pau, e também com o valor da propina. O guarda liberou ele por 2 REAIS! Não é louco?

Pra vocês terem idéia do tamanho do problema, coloco abaixo trechos do relato da Letícia Lengruber - que esteve aqui em casa na semana passada e pegou um inocente táxi para o aeroporto.

"(...) estava doida pra contar o perrengue pelo qual passamos pra chegar ao aeroporto. na sexta-feira, rs... Depois de uma hora e meia no carro. quando estávamos já avistando o pátio com os aviões, o motorista pegou um viaduto errado e caiu na via expressa de volta pra Banguecoque. Aí pensamos que ele ia conseguir fazer um retorno, mas o cara paralisou e não fazia mais nada certo. ele queria largar a gente no acostamento da via pra gente pegar outro táxi!!! Aí a gente disse que não, que precisava fazer o retorno. mas ele estava em pânico. A sorte foi que o Alexandre tinha aprendido com vocês o que era 'U-Turn'e avistou um. O mais doido é que mesmo vendo o retorno o cara não queria pegar. Tivemos que praticaente colocar a mão no volante. E depois, apesar das várias placas apontando o Aeroporto, o motorista doidinho ainda assim precisou que a gente praticamente guiasse o carro pra ele. Ele estava paralisado de pânico e nós gritando e empurrando o volante dele pra ele conseguir pegar o caminho correto, rs.....O pior é que não conseguimos nem ficar putos com ele, porque percebemos que ele era analfabeto... Ficou se chamando de 'stupid' várias (...)"



Não é um exercício à paciência?


E como diz a Mik: "Vai Vendo!"